A reinvenção da Cerâmica Marajoara
Com grande abrangência na região metropolitana de Belém do Pará, na cidade de Icoaraci, concentra-se o maior polo de artesãos de uma verdadeira reinvenção da cerâmica policrômica do Baixo Amazonas. Na década de 1970, Raimundo Saraiva Cardoso - o Mestre Cardoso - morador de Icoaraci, visitou uma exposição de arqueologia no Museu Paraense Emilio Goeldi, em Belém e ficou encantado com a cerâmica feita pelos antigos índios. Os vasos, urnas funerárias e estatuetas que pode apreciar eram muito diferentes da cerâmica que via sendo produzidos no dia a dia das olarias. Mestre Cardoso passou a ler todos os livros, artigos e matérias de revistas existentes sobre o assunto. Por fim,
Valendo-se de um parente que trabalhava no Museu Goeldi, conseguiu uma entrevista com o arqueólogo Mario Simões e lhe falou sobre sua ideia de reproduzir replicas da cerâmica arqueológica. Com a oportunidade que abriu para ele, no sentido de examinar as peças originais e produzir as réplicas dentro do próprio museu, Raimundo Cardoso conseguiu as condições necessárias para desenvolver sua arte e depois dissemina-la em sua comunidade (SCHAAN, 2009, p.288-290).
As habilidades de artesão de Raimundo Saraiva trouxeram de volta aos olhos da contemporaneidade o fazer artístico da cerâmica Marajoara e fizeram ressurgir uma cultura ancestral paraense, O artesão tornou-se expoente de uma nova tendência, a arte popular Marajoara.

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